Após visita ao Centro de Referência em Média e alta Complexidade de Mato Grosso (CERMAC), local onde está instalado o 1º Ambulatório Trans de Mato Grosso, Defensoria Pública constatou a falta de atendimento e realização dos serviços que devem ser oferecidos a comunidade trans do estado. A Diretoria da unidade aponta como causa, a falta de profissionais.
As obras foram finalizadas e as instalações do ambulatório estão prontas para receber a comunidade trans do estado, mas a unidade segue sem prestar atendimentos. Segundo a diretora do CERMAC, Jocineide Rita dos Santos, desde janeiro de 2024, 79 pacientes passaram por uma triagem e foram atendidos, mas não tiverem o tratamento continuado pois o Ambulatório carece de médicos especializados.
“Não conseguimos trazer os principais profissionais especializados nas áreas da endocrinologia, ginecologia e psiquiatria” comentou Rita que informou também a dificuldade de contratação desses médicos mesmo fora do processo seletivo.
Desde novembro de 2022 a Defensoria Pública tem monitorado a finalização da obra e o início dos atendimentos do 1º Ambulatório Transexualizador de Mato Grosso. De acordo com a defensora pública que acompanha o caso, Rosana Leite, coordenadora do NUDEM, “essa é uma demanda muito importante pra a Defensoria Pública e infelizmente o ambulatório ainda não está em funcionamento, está pronto, mas não está funcionando.”
A próxima ação tomada pela Defensoria será uma reunião com Caroline Campos Dobes Conturbia Neves, atual Secretária Adjunta de Unidades Especializadas do Estado. “Marcaremos uma reunião com a secretária adjunta que recém tomou posse do cargo e é responsável pelo ambulatório, para que nos informe quando a população trans poderá ter acesso a esse atendimento tão importante e esperado”, concluiu Rosana Leite.
O projeto do 1º Ambulatório Trans do estado, atende a uma reivindicação antiga da comunidade LGBTQIAPN+. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, foram investidos aproximadamente R$ 5 milhões na implantação do ambulatório e o Governo Federal repassará R$ 10 mil para a manutenção mensal da unidade, que deve atender cerca de 550 usuários com acolhimento digno e respeitoso, combatendo o preconceito institucional, garantindo a integralidade e o tratamento público da população trans.