Cerca de 90 migrantes venezuelanos, a maioria da etnia indígena Warao, conseguiram atendimento para ter acesso à documentação básica no Brasil, na 3ª edição do Mutirão Pop Rua Jud/MT. O foco do evento, que fez 1.492 atendimentos, foi na prestação de serviços em rede e de forma ágil, para oferecer o mínimo de cidadania para a população em situação de rua. Aturam nesta edição a Defensoria Púbica de Mato Grosso e da União, órgãos do sistema de Justiça, empresas e instituições.
A 3ª edição foi no ginásio Dom Aquino, em Cuiabá, e prestou diversos atendimentos para 358 pessoas registradas. O número, no entanto, pode ser superior, pois houve problema no sinal de internet no local e os números pararam de ser registrados. Na avaliação da defensora pública que atua no Grupo de Atuação Estratégica na Defesa da População de Rua (Gaedic/Pop Rua), Rosana Monteiro, o Pop Rua/Jud foi muito positivo no que se propôs.
“Com auxílio dos vários parceiros, fizemos a inclusão social e demos visibilidade para pessoas em situação de rua. As devolutivas que tivemos da liderança do movimento nacional da população de rua é de que as pessoas atendidas estavam satisfeitas e felizes com os serviços ofertados”, disse.
Atendimentos da DPEMT – A Defensoria Pública prestou 105 atendimentos, a maioria deles, 76, na área cível viabilizando a emissão de segunda via de documentos como certidões de casamento, de nascimento, de óbito e de Registro Geral (RG) e 29, na área criminal. O órgão também levantou um perfil dos atendidos no 3º Mutirão. O que evidencia que a maioria tem baixa escolaridade, faz bico ou não trabalha e, tem menos de um ano na situação.
A maioria deles, 145, tem menos de um ano em situação de rua. Mas, 90 deles já estão há mais de cinco anos na condição. O público preponderante foi o masculino, 239 atendimentos foram para eles. Depois vieram as mulheres, com 64 atendimentos. A maioria dos atendidos informaram cor de pele parda, 207, seguido dos negros, 69 e em terceiro, 34, indígenas.
A maior parte dos atendidos, 145, informou ter o ensino fundamental incompleto. Mas, 64 deles, não tem nenhuma escolaridade e 11 deles, têm ensino superior completo. A maioria, 243 deles, não estão trabalhando; 80 informou que executa trabalhos informais e nove pessoas informaram que estão trabalhando com registro em carteira. Entre os trabalhos executados pelos atendidos estão o de pescador e trabalhador rural.
A maioria dos atendidos, 124, tem renda de um salário mínimo ou menos e dois deles, tem renda de dois salários mínimos. Deles, 134 recebem Bolsa Família e 34 recebem benefício de prestação continuada.