Cuiabá vai sediar IX Congresso Nacional das Defensoras e Defensores Públicos da Infância e Juventude, que vai ocorrer no período de 21 a 23 de agosto, na Faculdade de Tecnologia SENAI MT - Fatec Senai, na capital.
O Congresso, organizado pela Comissão de Promoção e Defesa da Criança e do Adolescente - CONDEGE e Escola Superior da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, é uma iniciativa destinada a reunir defensores públicos especializados na área de infância e adolescência, com o propósito de debater e aprimorar a proteção de direitos desses jovens. Com o tema Cultura digital e cibercultura: desafios e potencialidades para proteção integral de crianças e adolescentes, o congresso visa promover a troca de experiências e conhecimentos, discutir os avanços já alcançados e planejar estratégias para ampliar a eficácia da atuação da Defensoria Pública.
Durante o congresso também vai ocorrer III Encontro Multidisciplinar, que vai contar com a presença de psicólogas e assistentes sociais para, também, debater esses assuntos.
A defensora pública-geral, Luzia de Castro, falou sobre a importância de debater esse tema: “É mais um importante Congresso aqui em Cuiabá, novamente trazendo a capital como cenário de eventos nacionais. Tenho vivido na pele, como mãe de uma adolescente, os efeitos que a cultura digital tem afetado as nossas crianças e adolescentes. Desde muito cedo essa geração já nasce com isso, então agradeço a toda a organização, tenho certeza que Mato Grosso vai brilhar em mais um evento. Esse será um evento grandioso, com esse tema tão importante, trazendo colegas de todo país, além da presença de psicólogas e assistentes sociais também para poder debater esses assuntos”.
A defensora pública Cleide Regina Ribeiro Nascimento explicou que esse é um momento especial, com um tema atual. “É um momento especial para reunião e discussão dos principais temas que envolvem a defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes no nosso país. E o tema escolhido para este ano além de super atual, irá trazer grandes debates sobre o acesso, uso, riscos e violações desses direitos no âmbito digital”.
Dados - Pesquisa TIC Kids Online Brasil, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), de 2023 apontou que 95% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos de todo o país acessam a internet, o que corresponde a mais de 25,1 milhões de pessoas nessa faixa etária. Na última quinta-feira (15), durante discussão da Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados, o fundador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Cristiano Nabuco, destacou que a média de tempo gasto na internet por dia, no mundo, é de 6h37, enquanto no Brasil a média é de 9h15, sendo 3h37 interagindo em redes sociais. Além disso, o pesquisador afirmou que o Brasil é o terceiro colocado no mundo em dependência de telas entre crianças.
Os problemas causados pelo uso excessivo das telas incluem depressão, ansiedade, isolamento social e perda de memória recente, além de outros impactos cognitivos, como menor criatividade e prejuízos ao desenvolvimento da linguagem, além dos riscos à segurança.