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JUSTIÇA CLIMÁTICA


Defensoras de MT participam de debate que gerou sugestões para o G20 Social

Kelly Monteiro e Carolina Renée Weitkiewic participaram de palestras e painéis que apresentaram soluções para inclusão de catadores na economia circular

Por Marcia Oliveira
11 de de 2024 - 18:10
Arquivo Pessoal Defensoras de MT participam de debate que gerou sugestões para o G20 Social


As defensoras públicas de Mato Grosso que integram o Grupo de Atuação Estratégica na Defesa de Catadores de Recicláveis (Gaedic/Catadores), Kelly Christina Otacio Monteiro e Carolina Renée Weitkiewic, participaram de encontro que debateu alternativas à incineração de resíduos sólidos e promoção da economia circular inclusiva, no auditório da Faculdade de Saúde Pública da USP, em São Paulo. O objetivo do encontro foi o de gerar recomendações para o G20 e subsidiar a COP30. 

Evento mundial - A Cúpula do G20 Social acontecerá nesta semana, de quinta-feira a sábado, no Rio de Janeiro. O evento antecede a Cúpula do G20, reunião de líderes das 19 principais economias do planeta mais União Europeia e a União Africana, marcado para os dias 18 e 19 de novembro. 

Em São Paulo, o debate foi promovido pela Escola da Defensoria Pública e entre as alternativas listadas para sugestão estão a da transição energética justa, que sugere substituir métodos convencionais de geração de energia por opções mais sustentáveis e menos agressivas ao meio ambiente, como energias renováveis. O sistema proposto deve assegurar uma transição que considere o impacto social e econômico para trabalhadores e comunidades dependentes de sistemas antigos. 

Outras das sugestões aponta a valorização de resíduos orgânicos na compostagem e reciclagem para produção de adubos, como forma de reduzir a dependência de aterros e incineradores. Ao mesmo tempo em que poderiam ser usados como insumos para agricultura e paisagismo. A alternativa traria diminuição da poluição e redução de impacto ambiental. 

Já os catadores de materiais recicláveis entrariam como participantes da economia circular inclusiva, que funcionaria por meio de sistemas de cooperativas e comunidades organizadas para atuarem diretamente nos processos de reciclagem e reaproveitamento de material. A prática contemplaria a inclusão e faria justiça social. 

A defensora Kelly explica que as alternativas surgidas no debate buscam construir uma cadeia de tratamento de resíduos que priorize a sustentabilidade ambiental e a inclusão social, alinhando o Brasil com as metas globais de justiça climática. As práticas também preparariam o país para participar, com casos concretos, em conferências internacionais sobre o clima, como a COP30.

“O evento foi interessante para o aprendizado sobre o tema ‘Justiça Climática’ e a importância da inclusão dos catadores de materiais recicláveis no processo. As apresentações dos painéis foram de grande valia para a troca de conhecimentos sobre novas técnicas implementadas junto às cooperativas de catadores de SP/Capital, bem como para discussão da necessidade de um modelo de gestão de resíduos que vá além das soluções convencionais, como os incineradores, que trazem riscos ambientais e sociais”, disse.

Kelly lembra ainda que os catadores foram caracterizados como agentes que contribuem para a Justiça Climática. “Dentro desse contexto se destaca a economia circular, com geração zero de resíduos e aproveitamento de todos os materiais recicláveis, inclusive do orgânico, atribuindo valor à compostagem. No painel que tratou da inclusão de catadores foi defendido que o G20 Social considere a importância de uma transição justa, que os integre como protagonistas da economia circular. Eles são os principais agentes ambientais que contribuem para o combate à graves problemas climáticos”.

A programação do encontro incluiu apresentação de painéis temáticos que abordaram de transição energética justa até boas práticas na coleta seletiva e compostagem. Eles foram apresentados por especialistas como Pedro Roberto Jacobi, Gina Rizpah Besen e Valquiria Santos, que compartilharam suas experiências e apresentaram soluções inovadoras para um futuro sustentável. 

O objetivo do G20 Social é ampliar a participação de atores não-governamentais nas atividades e nos processos decisórios do G20, que durante a presidência brasileira tem por lema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”.