As defensoras públicas de Mato Grosso que integram o Grupo de Atuação Estratégica na Defesa de Catadores de Recicláveis (Gaedic/Catadores), Kelly Christina Otacio Monteiro e Carolina Renée Weitkiewic, participaram de encontro que debateu alternativas à incineração de resíduos sólidos e promoção da economia circular inclusiva, no auditório da Faculdade de Saúde Pública da USP, em São Paulo. O objetivo do encontro foi o de gerar recomendações para o G20 e subsidiar a COP30.
Evento mundial - A Cúpula do G20 Social acontecerá nesta semana, de quinta-feira a sábado, no Rio de Janeiro. O evento antecede a Cúpula do G20, reunião de líderes das 19 principais economias do planeta mais União Europeia e a União Africana, marcado para os dias 18 e 19 de novembro.
Em São Paulo, o debate foi promovido pela Escola da Defensoria Pública e entre as alternativas listadas para sugestão estão a da transição energética justa, que sugere substituir métodos convencionais de geração de energia por opções mais sustentáveis e menos agressivas ao meio ambiente, como energias renováveis. O sistema proposto deve assegurar uma transição que considere o impacto social e econômico para trabalhadores e comunidades dependentes de sistemas antigos.
Outras das sugestões aponta a valorização de resíduos orgânicos na compostagem e reciclagem para produção de adubos, como forma de reduzir a dependência de aterros e incineradores. Ao mesmo tempo em que poderiam ser usados como insumos para agricultura e paisagismo. A alternativa traria diminuição da poluição e redução de impacto ambiental.
Já os catadores de materiais recicláveis entrariam como participantes da economia circular inclusiva, que funcionaria por meio de sistemas de cooperativas e comunidades organizadas para atuarem diretamente nos processos de reciclagem e reaproveitamento de material. A prática contemplaria a inclusão e faria justiça social.
A defensora Kelly explica que as alternativas surgidas no debate buscam construir uma cadeia de tratamento de resíduos que priorize a sustentabilidade ambiental e a inclusão social, alinhando o Brasil com as metas globais de justiça climática. As práticas também preparariam o país para participar, com casos concretos, em conferências internacionais sobre o clima, como a COP30.
“O evento foi interessante para o aprendizado sobre o tema ‘Justiça Climática’ e a importância da inclusão dos catadores de materiais recicláveis no processo. As apresentações dos painéis foram de grande valia para a troca de conhecimentos sobre novas técnicas implementadas junto às cooperativas de catadores de SP/Capital, bem como para discussão da necessidade de um modelo de gestão de resíduos que vá além das soluções convencionais, como os incineradores, que trazem riscos ambientais e sociais”, disse.