A Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT) esteve presente, nesta quarta-feira (25), na solenidade de lançamento do curso de capacitação para catadores e catadoras de materiais recicláveis. A capacitação será ministrada pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), que já possui um curso de Economia Solidária.
A oferta da capacitação é mais uma das etapas do encerramento definitivo do funcionamento do Aterro Sanitário de Cuiabá, o antigo Lixão, que foi desativado no dia 31 de março de 2023. O curso será custeado pela Orizon Valorização de Resíduos, atual gestora do aterro sanitário de Cuiabá, o Ecoparque Cuiabá, que vai investir R$ 270 mil nessa capacitação, que tem, até o momento, 86 catadores interessados.
“Essa solenidade é mais um marco no avanço em prol dos catadores de materiais recicláveis de Mato Grosso. A Unemat vai fazer a gestão do curso e nós da DPEMT faremos a fiscalização, supervisão e apoio a esse curso que é o marco de uma nova era na vida de pessoas invisíveis que estão se tornando conhecidas. Para mim, como defensora, sou só gratidão porque a Defensoria está conseguindo, junto com as parcerias, levar essas pessoas para um mundo melhor, para uma vida melhor, porque eles são os verdadeiros agentes ambientais. São eles que fazem com que nosso ambiente seja limpo e isso pra nós é uma grande vitória”, comemorou a defensora pública e coordenadora do Grupo de Atuação Estratégica em Direitos Coletivos para Catadoras e Catadores de Materiais Recicláveis da DPEMT, Kelly Christina Veras Otácio Monteiro.
A representante da Unemat, Elisangela Pires da Silva, explicou que o contrato entre a universidade e a Orizon foi assinado por intermédio da DPEMT. “Assinamos o contrato com a Orizon, por intermédio da Defensoria Pública, para capacitar os catadores em associativismo, cooperativismo e autogestão das organizações de materiais recicláveis. Teremos oito produtos a serem entregues, incluindo seminários de lançamento e sensibilização, diagnóstico socioeconômico e ambiental das seis organizações de catadores constituídas, cursos de formação e educação em associativismo e cooperativismo, autogestão, gestão administrava e financeira, liderança e economia solidária”.
O promotor de Justiça Carlos Eduardo Silva ressaltou que a ideia é que os catadores e catadoras prestem serviços para a Prefeitura. “A partir de agora estamos com tudo preparado para iniciar o curso para que essas pessoas estejam efetivamente aptas a trabalhar com a coleta seletiva. A ideia é que, futuramente, essas cooperativas firmem contratos de prestação de serviços com a Prefeitura Municipal para operarem na triagem, na coleta porta a porta. Eles não vão trabalhar com a Orizon, que trata dos rejeitos, eles vão trabalhar com coleta seletiva, com educação ambiental. Vão prestar serviços como contratados da Prefeitura”.
O diretor da Orizon Valorização de Resíduos, Moacir Rosseti, ressaltou o envolvimento das instituições, algo que ele classificou como diferencial de Mato Grosso. “Nós operamos em 12 estados e posso afirmar que em nenhum outro percebemos esse nível de organização e de interesse de instituições e do poder público na gestão ambientalmente correta dos resíduos sólidos. É um prazer para nós participarmos desse processo. O recurso que estamos empregando é o menos importante. Ele viabiliza, mas esse nível de envolvimento é o que mais importa”.
A apoiadora da Acamarc Reciclagem Cuiabá, Ana Domingas Conceição Silva, enalteceu a importância da capacitação. “Lixo é renda para todos os catadores, que estão unidos com o objetivo comum de crescer. Vamos vencer com a ajuda de vocês”, declarou.