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CELEBRAÇÃO


Defensoria Pública comemora 25 anos com lançamento de livro e homenagens a servidores

Durante o evento foram relembrados momentos importantes da história da instituição que foi instituída em 1999

Por Janaiara Soares
17 de de 2024 - 15:31
Bruno Cidade e Barbara Argôlo Defensoria Pública comemora 25 anos com lançamento de livro e homenagens a servidores

Defensores públicos, servidores e instituições parceiras foram homenageadas pela parceria ao longo dos 25 anos de história.


A abertura do 6º encontro das Defensoras e dos Defensores Públicos foi marcada por uma cerimônia emocionante de comemoração aos 25 anos da Defensoria Pública de Mato Grosso. Com homenagens e lançamento do livro “Histórias, Memórias e Sangue Verde”, o evento contou com a presença de servidores aposentados e defensores que participaram da trajetória da instituição desde sua origem no estado. 

“Estamos comemorando nossos 25 anos. Vinte e cinco anos de história da Defensoria Pública do estado de Mato Grosso, de muita luta, muitos desafios que tornaram essa instituição cada vez mais forte, cada vez mais potente na defesa das pessoas que mais precisam. A Defensoria Pública é aquela instituição que vai fazer com que essa população tenha voz e consiga ser ouvida e tenha defesa dos seus direitos”, disse a defensora pública-geral Luziane Castro. 

A desembargadora Maria Erotides Kneip, vice-presidente do Judiciário mato-grossense, se emocionou em seu discurso e ressaltou que a Defensoria é assento constitucional fundamental para que o sistema de justiça esteja completo. “Eu pude ver o nascimento da Defensoria Pública e pude ver o seu amadurecimento agora aos 25 anos. O sistema de justiça não é completo sem a presença forte da Defensoria Pública. É uma alegria dizer que hoje a Defensoria Pública está em todas as comarcas do estado de Mato Grosso”.

O chefe do Ministério Público Estadual (MPE), Deosdete Cruz Júnior, também esteve presente no evento e em sua fala ressaltou que, apesar de jovem, a instituição tem entregue um trabalho essencial para o povo mato-grossense. “A Defensoria cresce com o nosso estado, um estado onde existem incertezas, mas ainda existe muita desigualdade e penso que o papel da Defensoria é essencial para corrigir essas distorções”.

Desembargadora Maria Erotides Kneip

Procurador-geral de Justiça, Deosdete Cruz Júnior

HOMENAGENS

Durante a cerimônia, também foram homenageados servidores efetivos e terceirizados, defensoras e defensores públicos que diariamente dedicam sua atenção às pessoas que mais precisam, também aqueles defensores que por uma vida serviram na instituição e hoje estão aposentados. José da Cruz Santana Rodrigues, conhecido como Zezinho, motorista há 18 anos na Defensoria Pública, disse que se sente muito feliz em ser homenageado pelo trabalho que diariamente realiza.

“Acho muito importante ter minha contribuição para ajudar os assistidos que precisam desse trabalho da Defensoria, tudo que precisa de mim, estou lá para ajudá-los, graças a Deus. Estou muito feliz por lembrarem de mim”, disse o colaborador. 

A Defensoria Pública do Estado foi criada em 1998, mas sua efetiva operação começou a ganhar ida em 1999, com importante participação do então Governador Dante Martins de Oliveira. Em 13 de maio de 1998, o Decreto no 2.262 oficializou a instalação da Defensoria Pública de Mato Grosso, estabelecendo a estrutura inicial da instituição. O primeiro concurso público para ingresso na carreira, passando pelo suficiente de 95 cargos, foi aberto em 20 de maio de 1998. 

Ocorreu em fevereiro de 1999 a posse dos primeiros 24 Defensores Públicos. Essa posse marcou o início de uma jornada histórica rumo à justiça social e à garantia dos direitos daqueles que mais se destacam. Marilza Magalhães de Oliveira, que tomou posse em 1999 e até hoje atua como defensora pública, foi homenageada pelo trabalho prestado à população. 

“É uma alegria imensa porque a gente começou essa história. A Defensoria veio pequenininha e depois cresceu bastante. Não era fácil e hoje me emociono ao lembrar de toda a trajetória desses 25 anos, tantos mutirões, tantos atendimentos. Eu descobri que o que eu queria mesmo na minha vida era estar na Defensoria Pública”, disse a defensora. 

Também foram homenageados as defensoras e defensores públicos que já comandavam a Instituição, desde fevereiro de 1999, quando a Defensoria Pública começou a funcionar eficazmente em Mato Grosso. O primeiro defensor público-geral, Charles Caetano Rosa, afirma que uma maior homenagem deve ser para a Defensoria Pública. “Foi realmente uma honra ter contribuído com a instituição e essa semente que a gente plantou, ajudou a plantar com todos os colegas, com o Governo do Estado e com todos que colaboraram, ela cresceu, ela germinou e hoje está aí dando bons frutos em favor da população do estado de Mato Grosso”.

José da Cruz Santana Rodrigues, servidor homenageado

Marilza Magalhães de Oliveira, defensora pública homenageada.

HISTÓRIAS, MEMÓRIAS E SANGUE VERDE 

Como marco da comemoração dos 25 anos da Defensoria Pública de Mato Grosso, foi lançado o livro “Histórias, Memórias e Sangue Verde”, contos literários, produzido a partir do relato de defensores públicos sobre casos reais atendidos pelo órgão. Para a realização do livro, foram convidadas escritoras do Coletivo Literário Maria Taquara, além de ilustradores e demais artistas respeitando diversidades de gênero, sexualidade e cor, com o objetivo de que as interpretações dos casos relatados pelos defensores públicos refletissem a realidade da sociedade

Cleide Regina, defensora pública que contribuiu com duas histórias do livro, explica que um dos casos, que virou o conto Infanto, é uma de suas primeiras atuações na área da infância, na qual, de forma inovadora, foi pedido a aplicação de direito sistêmico para crianças e adolescentes de acolhimento institucional. 

“Eu escolhi essa história para que fique eternizada essa mudança significativa na vida dessas crianças. Eu não gostaria que deixasse passar durante esses vinte e cinco anos essa atuação junto à infância, esse trabalho diário de mostrar que é possível mudar a vida de muitas pessoas e atender justamente as crianças e adolescentes como prioridade absoluta no nosso estado”, disse Cleide. 

Henrique Pinheiro Pereira, sócio do estúdio Então, responsável pela criação do livro e ilustrador, afirma que o objetivo principal foi fazer com que as pessoas conhecessem o trabalho da Defensoria Pública de uma forma mais humana. “Foi muito gratificante porque me senti em certos momentos parte dessa história de 25 anos também. Através da nossa sensibilidade trouxemos contos e ilustrações que fogem do relato técnico e transportam o leitor para essas histórias”. 

Defensora Pública, Cleide Regina


Henrique Pinheiro Pereira, ilustrador