Na Aldeia de Fontoura, localizada na Ilha do Bananal em Tocantins, Lourdes Seweris Balaniru enfrenta desafios desde a morte de seu esposo. Após solicitar a pensão por morte, viu seu pedido negado devido à falta de documentos que comprovassem sua união estável com o falecido.
No idioma Karajá, falado em sua comunidade, a expressão "Awire" significa "bom" ou "tudo bem". "Muito Awire", diz Lourdes Seweris Balaniru, ao se referir à chegada do projeto "Defensorias do Araguaia". "Estou muito feliz que vieram aqui, é uma oportunidade muito boa, agradeço muito", acrescenta emocionada.
O projeto "Defensorias do Araguaia", uma iniciativa colaborativa entre as Defensorias Públicas de Mato Grosso, Goiás e Tocantins, tem como objetivo promover o acesso à justiça, cidadania e defender os direitos indígenas na região. A iniciativa não apenas trouxe suporte jurídico, mas também renovou a esperança em um futuro mais justo e seguro para os povos indígenas da região.
Sob a orientação da defensora pública federal Diana Ferreira de Andrade, Lourdes Seweris Balaniru e sua comunidade mobilizaram esforços para reunir evidências que sustentassem seu direito à pensão. A defensoria consultou órgãos como a FUNAI, Secretaria da Educação e o Núcleo de Serviços Especializados (NSES), buscando documentação essencial, incluindo registros do Distrito Sanitário Especial Indígena (DCEI) e depoimentos que confirmassem sua relação com o falecido marido.
Para Dona Lourdes, essa batalha vai além do aspecto legal. É sobre garantir um futuro digno e estável para si mesma. "Quero ter minha própria casa com um quintal onde eu possa plantar minhas batatas doces, mandioquinhas e ter minha hortinha completa", compartilha ela, revelando seus sonhos simples, mas significativos.
Durante a semana de 17 a 21 de junho, o projeto "Defensorias do Araguaia" percorreu quatro aldeias indígenas Karajá da região do Alta Araguaia, onde foram realizados 1100 atendimentos. Para ela e muitos outros indígenas locais, a presença do projeto foi um lembrete de que seus direitos são valorizados e defendidos.
Enquanto aguarda o desfecho do processo judicial, a DPMT reforça a importância de iniciativas como "Defensorias do Araguaia" na garantia de justiça e dignidade para todos.