Para a presidente da Casa das Pretas, Antonieta Luísa Costa, é preciso lembrar da necessidade de instrumentos formativos e caminhos de mudança traçados lado a lado com a Defensoria na busca por equidade. “A Defensoria enxerga e apoia as lutas, por isso podemos confiar nesse laço, por isso todos têm essa confiança”.
Mano Raul, idealizador do projeto Hip Hop Combate as Drogas, trouxe sua história de vida para os participantes. Ex-morador de rua, ele explica que a arte mudou sua vida. “A musicalidade, o Hip Hop e o movimento artístico como um todo me fez ter a força para sair da rua. Eu vivia na rua e agora estou no processo de recuperação, tenho um projeto que também ajuda as pessoas e sempre estou aqui em parceria com a Defensoria para inspirar as pessoas que ainda em situação de rua”, disse o artista.
Residente provisório em um dos albergues da Capital, Paulo de Freitas Lopes explica que vive viajando e que por estar machucado, precisou ficar em Cuiabá. “Sou trecheiro, onde tem trabalho eu vou atrás, conheço vários lugares do país, mas sofri um acidente e estou aqui no albergue e muito bem tratado. O evento foi maravilhoso, quem não veio, perdeu”.
Além dos eventos culturais, a Defensoria Pública ainda prestou atendimento jurídico aos participantes. Durante os três dias de evento foi oferecido alimentação e transporte. O evento aconteceu na Escola Superior (Esdep-MT) e contou também com a presença de integrantes do Movimento Nacional de População de Rua (MNPR), Fórum de População de Rua de Cuiabá, membros do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Estadual para a População em Situação de Rua (Ciamp Municipais e Estadual).
“A Rualogia é uma formação muito importante para nós lideranças e para a população de rua, porque ali vamos aprender a lutar e a importância de um coletivo nas lutas, porque juntos somos mais fortes. Nessa formação que conhecemos nossos direitos, que na maioria das vezes são violados”, revelou Rubia Cristina, 40 anos, coordenadora do Movimento Pop Rua em Mato Grosso.