Ao todo, foram mais de 300 atendimentos realizados e agendados nas áreas Cível, Criminal, da Família, Saúde, Consumidor e de Execução Penal. Também foram parceiros da ação a Assembleia Legislativa, Perícia Oficial e Identificação Técnica (POLITEC), Senac, Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso e Receita Federal.
Moradora do Jardim União, Jovanete Antônia da Silva comemorou a ida dos defensores públicos para o bairro neste sábado. Segundo ela, a rotina no trabalho e com os filhos muitas vezes a impede de buscar o atendimento da Defensoria indo aos Núcleos durante a semana.
"Há muitos anos o pai do meu filho não está pagando pensão, eu já tenho um processo sobre isso na Defensoria, hoje o defensor me orientou para resolver. Meu filho é autista e já tem 18 anos, então eu queria entender se o pai ainda tem que ajudar, porque há muitos anos ele não ajuda. Ele me disse que o pai tem que me ajudar sim, com a alimentação dele, com as coisinhas dele. E eu trouxe minha filha também para tirar os documentos dela e fazer título de eleitor. Isso ajuda muito, a gente aqui não conhece, não entende de lei. Quando eles vêm aqui perto, fica mais fácil. Faz dias que eu precisava resolver essas questões, mas a gente não tem tempo, passa o dia todo no trabalho, filhos na escola e tudo mais, é difícil se deslocar. Estando aqui no bairro, a gente tem mais comodidade", afirmou.
A defensora pública Regiane Ribeiro, que integra os quadros da Defensoria Pública de Mato Grosso desde o ingresso da primeira turma, em 1999, conta que a Instituição avançou muito ao longo destes 25 anos e relembra a época em que coordenou a realização dos mutirões, sem a estrutura que hoje é possível oferecer aos assistidos.
"Quando nós começamos tudo era tão diferente. Não tínhamos estrutura nenhuma e a população de Mato Grosso nem sabia o que era a Defensoria Pública. Hoje, 25 anos depois, podemos realizar um mutirão como esse, com computadores, com pessoal ajudando. Eu fui uma das coordenadoras dos mutirões logo que a Defensoria começou e posso afirmar com certeza que tivemos muito progresso. Nós lutamos muito, junto dos novos colegas, por uma causa muito justa: a defesa das pessoas necessitadas. E vai além do atendimento jurídico, às vezes a pessoa necessita de uma conversa, de atenção. A Defensoria está cada dia maior e melhor".
Ela pondera, no entanto, a necessidade de equiparação do orçamento da DPMT com outros órgãos do Estado. "A gente ainda tem muito o que avançar. A Defensoria ainda tem um orçamento muito abaixo em relação aos outros órgãos que atendem a população. Devemos ter uma estrutura que se compare ao Ministério Público e ao Tribunal de Justiça, para que a gente possa atender nossos assistidos da forma que eles merecem", acrescentou.