Novos membros da Defensoria Pública de MT destacam batalha para alcançar carreira: ‘materialização de um sonho’

O ingresso na carreira da Defensoria Pública de Mato Grosso, uma das mais desejadas do País, é o sonho de muitos profissionais que se determinam a alcançar a aprovação em um concurso público. Sonho este que se tornou realidade para 10 novos defensores públicos e 10 novos servidores que tomaram posse na noite da última terça-feira (31), em cerimônia realizada no Teatro Zulmira Canavarros, em Cuiabá. 

Os novos membros da Defensoria Pública de Mato Grosso passam por treinamento oferecido pela Escola Superior do órgão e exercerão suas funções em comarcas onde o trabalho era feito por cumulação, por defensores já lotados em outras localidades.  Tomado pela emoção, o novo defensor público Alison dos Santos Silva lembrou de quando a aprovação no concurso público parecia inalcançável. 

“De repente, uma terça-feira à tarde, um dia como outro qualquer se transformou em um dos dias mais importantes da vida de cada uma dessas 10 pessoas. O telefone tocou e quem estava do outro lado da linha era simplesmente a defensora pública-geral, doutora Luziane Castro, com a notícia, ao mesmo tempo tão aguardada e tão surpreendente. As reações foram distintas, houve quem chorasse, quem gritasse, quem agradecesse sem parar, até mesmo quem ficasse sem reação. Mas havia algo em comum: a concretização daquele sonho tão almejado e que por muitas vezes parecia até mesmo inalcançável”, disse. 

Com o reforço nos recursos humanos, a Defensoria Pública expande seu atendimento e alcança 81% das 79 comarcas do Estado, o que significa a oferta de acesso à Justiça para cerca de 3 milhões de habitantes. 

Em dezembro, outros 12 defensores públicos serão nomeados e empossados. Eles deverão desempenhar suas funções nas comarcas onde a Defensoria Pública ainda não está instalada: Apiacás, Aripuanã, Colniza, Cotriguaçu, Jauru, Marcelândia, Matupá, Nova Monte Verde, Pedra Preta, Porto Alegre do Norte, Porto dos Gaúchos, Porto Esperidião, Querência, Rio Branco e Vila Rica. A desembargadora e presidente do Tribunal de Justiça, Clarice Claudino dos Silva, afirmou que foi uma alegria participar da solenidade de posse, por ser algo que vai atender a necessidade de pessoas que carecem da assistência da Defensoria Pública.

Enquanto homem negro e escolhido como orador da turma, trago em meus ombros o peso da representatividade. Mas não como um fardo, muito pelo contrário. É o peso de reconhecer a relevância da missão de vida que todos nós compartilhamos a partir desse momento, de perseguir a igualdade de oportunidades, para que cada pessoa desse Estado, cada pessoa vulnerabilizada, cada pessoa marginalizada pela sociedade, cada pessoa excluída, não se sinta esquecida, não se sinta abandonada, sozinha, e possa ser capaz de sonhar e tenha a condição material de dizer: ‘sim, eu posso, posso ser aquilo que sempre sonhei’”, acrescentou o novo defensor. 

Ambos os concursos - VI Concurso para seleção de defensores e II Concurso para seleção de servidores de apoio administrativo - ofereceram vagas imediatas e vagas em cadastro de reserva. O concurso público para defensor abriu 22 vagas, mais cadastro de reserva e o concurso para servidor 28 e mais o cadastro. As vagas imediatas para os aprovados na seleção de apoio administrativo são de nível médio e superior, estas, em várias áreas de conhecimento, tais como advogado, contador, assistente social, administrador, arquiteto, jornalista e, pela primeira vez, controlador interno. Porém, a maior parte delas é para a Coordenadoria de Tecnologia de Informação (CTI), área para a qual foram ofertadas 18 vagas de analista de sistemas.

A nova servidora Barbara Nathalia Nogueira Garnica também pontuou a batalha, sua e de seus colegas, para alcançarem a carreira. 

“Para nós, é a materialização de tudo que já foi um sonho. É a concretude de um processo exigente e minucioso, daqueles que ousaram vencer através da dedicação ao estudo. Cada um de nós, novos servidores, pessoas comuns que se determinaram a sacrificar, perseverar e renunciar, hoje nos apresentamos orgulhosos da nossa caminhada, mas com a imensa humildade em servir a população mato-grossense. A Defensoria Pública de Mato Grosso é a esperança de justiça aos mais necessitados, a promoção de direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos, é o farol é meio à escuridão, principalmente daqueles que estão à margem da sociedade. Caberá a nós um trabalho silencioso nos bastidores, mas de fundamental importância para essa instituição que a partir de hoje faremos parte. Pertencemos a um Estado de grande diversidade, geográfica e cultural. Nosso povo é plural, as nossas terras apresentam grandes dimensões e todos precisam ser alcançados onde quer que estejam. Uma missão ampla e desafiadora, que vem sendo desbravada com muito empenho”, disse.