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REVOLUÇÃO DIGITAL


Profissionais da DPMT participam de capacitação sobre aplicação da inteligência artificial no sistema de Justiça

Em 2024, a Administração Superior, por meio da Diretoria de Governança Digital (DGDI), pretende elaborar as primeiras aplicações personalizadas de IA para a DPMT

Por Marcia Oliveira
10 de de 2023 - 17:38
Divulgação Profissionais da DPMT participam de capacitação sobre aplicação da inteligência artificial no sistema de Justiça

Profissionais da DPMT receberam informações sobre os impactos que o uso da IA causarão no mundo jurídico


Profissionais da Defensoria Pública de Mato Grosso (DPMT) participaram de um workshop sobre Tecnologias Disruptivas, na manhã desta sexta-feira (10.11), e conheceram os impactos do uso de Inteligência Artificial (IA) na sociedade, nos próximos anos, no curto, médio e longo prazos, tanto em atividades cotidianas como nas ditas transformacionais.  

A capacitação foi o primeiro passo da Administração Superior na busca de adesão dos trabalhadores à ferramenta. Cerca de 140 servidores participaram do workshop virtual, com mentoria do professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e diretor executivo da Gartner, Alexandre Nunes. 

A defensora pública-geral, Luziane Castro, informou que no próximo ano a DPMT implantará novidades e buscará imprimir a cultura do uso de novas tecnologias, a partir do investimento em recursos humanos feito na Diretoria de Governança Digital e Inovação (DGDI). A unidade foi a que mais teve vagas imediatas criadas para servidores efetivos no II Concurso Público para a Carreira de Apoio Administrativo, 18 ao todo, e os primeiros já começaram a ser chamados. 

“Ao participar de conferências e eventos de tecnologias ficamos assustados e animados com os cenários de mudança que o uso da Inteligência Artificial e de outras tecnologias irão provocar e por isso, em reunião com o diretor da Governança Digital, o Ricardo, decidimos oferecer esse tipo de treinamento, para inserir toda a Instituição no tema. Agora passo a palavra ao Alexandre Nunes da Gartner, que tem nos auxiliado na tomada de decisões e desejo um ótimo treinamento a todos”. 

Alexandre Nunes explica que tomar a decisão, o quanto antes, de conhecer essas ferramentas e fazer uso das mais simples, nas atividades diárias, assim como planejar o uso dos tipos mais complexos e elaborados de inteligência artificial, é o que fará diferença entre as empresas e instituições públicas nos próximos três anos. Entre as vantagens já observadas no uso mais elementar da IA, ele ressaltou o ganho de tempo e a diversidade de informações que a ferramenta consegue reunir sobre um tema. 

O professor pontua também que, apesar do uso de IA ser uma novidade, a adesão que os profissionais de todas as áreas fizeram à ferramenta foi rápida e abrangente. Pesquisas informam que a IA já é tida como a tecnologia que mais impactará o mundo depois da Internet. Para o uso dela ainda não há regulação governamental, mas todas as áreas de conhecimento já são afetadas pela novidade, inclusive a jurídica. 

“Tenho muitos alunos advogados, médicos e de outras áreas que perceberam o potencial da IA e já fazem uso. Agora, os que se interessarem, treinarem e investirem em banco de dados enriquecidos, no caso da Defensoria, dados enriquecidos seriam os associados a regras jurídicas, sairão na frente. Já existem empresas que estão criando IA para uso personalizado e vejo que esse é um dos caminhos para manter a segurança e integridade das informações, inclusive, com base em regras e princípios éticos”.

Feedback - A defensora pública que atua na 2ª Instância Cível, Regiane Ribeiro, se disse impressionada com as informações e contou que nunca usou a ferramenta. “Nunca usei nada de Inteligência Artificial, mas a partir de hoje fiquei muito curiosa. Já vou começar a pesquisar e fazer uso”. 

O defensor público que atua na comarca de Primavera do Leste e cumula em Poxoréu, Nelson Gonçalves Souza Júnior, informou que existe uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a 332 de agosto de 2020, que trata da ética, da transparência e da governança na produção e no uso de Inteligência Artificial no Poder Judiciário. Ele sugeriu que ela seja usada como ponto de partida para estudos na DPMT. 

Ao final da capacitação, Luziane informou que ao pensar em ofertar o treinamento, a meta era despertar nos profissionais da Defensoria o interesse, curiosidade e vontade de aprender sobre a ferramenta. “Nosso objetivo é construir alguns sistemas, algumas aplicações de IA na DPMT para o próximo ano e essa capacitação foi nossa primeira ação no tema. Trouxemos um executivo renomado como o Alexandre, para provocar interesse sobre o tema no público interno”, concluiu.