A juíza federal e coordenadora Executiva do Comitê Nacional Pop Rua/Jud do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luciana Ortiz, ressaltou que com a união das instituições é possível resolver a complexidade de quem não tem o mínimo existencial. “Os mutirões são fundamentais primeiro para atendermos essa crise humanitária que o Brasil vive ainda decorrente de todo um processo que foi acirrado com a pandemia. Nós tivemos um aumento no país de 20 mil pessoas pra 310 mil pessoas vivendo em situação de rua e essa curva continua a crescer. Então é uma questão emergencial que toda a sociedade civil organizada e o sistema de justiça estejam juntos dando as mãos e formando uma grande rede interinstitucional para fazer esse atendimento rápido para as pessoas em situação de rua. Quando todos nós estamos juntos, conseguimos resolver a complexidade de quem não tem o mínimo existencial. Nessa grande rede nós conseguimos que uma pessoa entre no mutirão e saia com benefício assistencial, com uma renda, com acesso a direitos, então esse mutirão tem essa força extraordinária de unir os órgãos em prol dessa grande causa humanitária”, disse ela completando ainda que o Mutirão realizado nesta terça-feira em Cuiabá é uma inspiração para todo o país.
“O que o Comitê Nacional Pop Rua/Jud entende é que a partir desses mutirões, o mutirão de Cuiabá, onde já foram feitas várias edições, é uma inspiração para o Brasil, a ideia é que esses serviços ocorram todos os dias. Que possamos estar juntos e unidos para fazermos esse atendimento pleno considerando essa situação de rua dessas pessoas”, falou Luciana.
A terceira edição do Mutirão Pop Rua/Jud em Cuiabá atendeu a mais de 300 pessoas, algumas delas em busca de serviços do INSS, que disponibilizou cinco servidores para realizar os atendimentos de perícia médica e concessão de benefícios. A instituição, inclusive, é uma parceira recorrente dos mutirões. “O INSS está sempre presente nos mutirões em que são ofertados serviços de cidadania. Não seria diferente nesse evento de grande valia para a população. Ao todo, cinco servidores do INSS estiveram à disposição no mutirão para passar as informações relacionadas ao Instituto. Aqui fizemos além das pericias médicas, a concessão de benefícios. Agradecemos a Defensoria Pública e ao Tribunal de Justiça por sempre nos convidar”, disse o gerente executivo do INSS, Odair Egues.
A defensora Rosana Monteiro destacou a potência da união das instituições para promover a cidadania e acesso a direitos. “Nós de Mato Grosso, do sistema de justiça estadual e federal, todos estamos unidos atendendo, cada um dentro da sua competência, fazendo esse grande evento, alinhando também os atendimentos das secretarias e demais órgãos que podem promover cidadania e acesso a direitos, saúde e assistência social”, disse ela salientando a missão existencial da Defensoria Pública no atendimento às pessoas vulnerabilizadas. “A Defensoria Pública nasceu para atender pessoas vulnerabilizadas, que não tem condições de acessar a justiça por questões econômicas e das vulnerabilidades a que estão expostas. Então a Defensoria está muito perto dessa população e cabe a nós levar as demandas delas para o Judiciário. A Defensoria faz parte de toda essa rede do sistema de justiça para ofertar o acesso à justiça de forma democrática e desburocratizada”.