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FATO OU FAKE


Conheça a Asmats, associação de catadores de Várzea Grande que recolhe materiais eletrônicos para reciclagem

A Defensoria foi até o bairro 23 de Setembro para tirar dúvidas acerca de quais materiais podem ser enviados para a associação

Por Paulo Henrique Fanaia
19 de de 2025 - 13:50
Andressa Vaz/DPEMT Conheça a Asmats, associação de catadores de Várzea Grande que recolhe materiais eletrônicos para reciclagem


Onde é possível fazer o descarte de materiais eletrônicos em Várzea Grande? Qual associação de catadores pode ajudar o cidadão que tem dúvidas quanto ao descarte deste tipo de material? Foi com o objetivo de responder essas e outros questões que a Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT) foi até o bairro 23 de Setembro, em Várzea Grande, para conhecer a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis e Reutilizáveis - Mato Grosso Sustentável (Asmats). De acordo com a presidente da associação, Cidinha Nascimento, os materiais eletrônicos podem ser enviados para Asmats, basta entrar em contato com os catadores.

“Nós fazemos um trabalho de porta em porta aqui em Várzea Grande. Passamos pelos bairros entregando uma sacola e explicando para os moradores o que pode ser separado para reciclagem. Quando alguém entrega um eletrônico, nós trazemos para o barracão e aqui fazemos a separação e a destinação dos resíduos, desde um parafuso até uma placa eletrônica. Quem quiser trazer o material é só vir aqui Rua Nacional, nº 197, Bairro 23 de Setembro, em Várzea Grande”, diz a presidente.

Cidinha explica que a Asmats surgiu formalmente em 2016, quando um grupo de catadores de materiais recicláveis do lixão de Várzea Grande decidiu se unir. Há três anos, a Asmats saiu do Lixão e conseguiu alugar um barracão. Atualmente a associação beneficia 50 famílias.

A Asmats participa nesta semana da campanha “Fato ou Fake: Reciclagem”, uma parceria entre a Defensoria Pública, as associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis de Cuiabá e Várzea Grande e o Grupo de Atuação Estratégica em Direitos Coletivos (Gaedic) em atenção aos Catadores de Materiais Recicláveis. A DPEMT publica nas redes sociais uma série de vídeos instrutivos que tem como protagonistas os próprios catadores que estão na missão de realizar a coleta seletiva.

Aliás, é por meio da Defensoria que a Asmats tira todas as suas dúvidas jurídicas e também consegue colocar em dia a documentação dos catadores que atuam na associação. Além disso, foi com a ajuda da DPEMT, que a Asmats conseguiu alugar o barracão onde os catadores trabalham.

“Há três anos saímos do lixão e viemos para esse barracão. Tivemos a ajuda da Defensoria Pública, do Ministério Público e da Prefeitura de Várzea Grande. Atualmente temos parceira com diversos órgãos públicos onde realizamos coleta de materiais recicláveis. Falar da importância do nosso trabalho é gratificante. Nós sempre buscamos sensibilizar e não conscientizar. Sensibilizamos a população que o nosso trabalho é importante porque cuidamos do meio ambiento e realizamos um trabalho sustentável na cidade”, afirma Cidinha.

O Gaedic Catadores – O Grupo de Atuação Estratégica em Direitos Coletivos (Gaedic) em atenção aos Catadores de Materiais Recicláveis foi criado em 2020, com o objetivo de dar atenção especial a grupos sociais específicos da população para prestar assistência jurídica integral e gratuita de forma prioritária e coletiva.

Desde o seu surgimento, o Gaedic Catadores de Materiais Recicláveis sempre atuou com o objetivo de levar dignidade e conhecimento aos trabalhadores, fazendo com que eles possam se unir em associações e cooperativas para que busquem melhorias em suas vidas.

Para tanto, o grupo auxilia os trabalhadores com cursos de formação, educação básica, aulas que ensinam a criar e gerir as associações e cooperativas e também atuando lado a lado dos trabalhadores para que eles possam ter acesso às políticas públicas estaduais e municipais.

“A participação do Gaedic na emancipação de catadores e catadoras de materiais recicláveis no estado de Mato Grosso trouxe a toda essa categoria personalidade jurídica na criação e organização das cooperativas e associações, legitimidade social e capacidade de dialogar com o poder público. Quando o Gaedic entra na interlocução de pessoas vulneráveis junto ao poder público nós ajudamos no empoderamento e os incluímos na cadeia produtiva de materiais recicláveis. Sempre buscamos levar melhoria na condição de vida, social e econômica, dos catadores já organizados e dos ainda não organizados”, afirma a coordenadora do Gaedic, a defensora pública Kelly Christina Monteiro.