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COP30


Defensoria conhece projeto de monitoramento da água dos rios da Amazônia que pode ser levado a MT

Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas demonstrou como a falta de saneamento básico dos ribeirinhos afeta os rios

Por Alexandre Guimarães
18 de de 2025 - 17:26
Isabela Mercuri/DPEMT Defensoria conhece projeto de monitoramento da água dos rios da Amazônia que pode ser levado a MT


Nesta terça-feira (18), a Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT) conheceu a pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), apoiada pela Defensoria Pública do Amazonas (DPEAM), durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), em Belém (PA).

A visita à embarcação, que faz parte do projeto que monitora a qualidade das águas dos rios amazônicos para identificar impactos ambientais, foi feita pelo secretário executivo da DPEMT, Clodoaldo Queiroz.

“A COP também é uma oportunidade de compartilhamento de conhecimento e de ideias. A pesquisa mostra, com dados científicos, como a falta de saneamento básico dos povos ribeirinhos afeta a qualidade da água dos rios”, afirmou o defensor público.

O projeto, que inclui a expedição científica até a COP30, faz parte do Programa de Monitoramento da Água, Ar e Solos do Estado do Amazonas (ProQAS/AM), desenvolvido pela UEA em parceria com o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e o Grupo Atem.

“A gente fazia um ponto de qualidade de água antes e um após em cada cidade pra gente tentar visualizar a influência da cidade na poluição, na qualidade da água dos rios. A gente acabou descobrindo que quase todas as cidades que a gente passou influenciam muito na qualidade do rio. Algumas estão tratando o rio como simplesmente esgoto”, explicou Rafael Lopes e Oliveira, pesquisador da UEA.

O trabalho marca a primeira pesquisa de longo percurso ao longo do curso do rio Amazonas, com coletas iniciadas em Manaus e que foram realizadas na jornada até a capital paraense.

“Dessa maneira, nós conseguimos, através de dados científicos, associar a questão vulnerabilidade social da população ribeirinha com a questão da vulnerabilidade da saúde dos rios. Vamos levar essa experiência para Mato Grosso, para utilizar na Defensoria junto com a nossa população ribeirinha também”, revelou Queiroz.

O secretário executivo afirmou que a DPEMT segue atenta às inovações, sempre com o objetivo de defender os direitos das pessoas vulneráveis.

“É muito comum a gente ler em artigos científicos que o rio tem uma capacidade de autodepuração (capacidade de retornar às suas características originais após ter recebido poluentes). Na prática, talvez o rio não tenha toda essa capacidade que a gente acha que ele tem. Então, preservá-lo é o mais importante”, concluiu Oliveira.