A defensora pública-geral do Estado de Mato Grosso, Luziane Castro, se comprometeu a auxiliar a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Associação Lírios em problemas que afetam mulheres que trabalham na agricultura familiar em áreas rurais de assentamentos, quilombos e aldeias indígenas do Estado, durante reunião com a representante da ong, Maria Fernanda Figueiredo, na tarde desta quinta-feira (20.02).
A intenção é que a Defensoria Pública trabalhe no projeto “Elas e a Agricultura: Empreendedorismo no Campo”, desenvolvido entre a UFMT e a Lírios, na solução de problemas de regularização fundiária, acesso de crianças, adolescentes e jovens à escola, sensibilização e combate à violência doméstica e familiar e também de forma a ajudar que essas famílias tenham condições de escoar suas produções.
Luziane recebeu a diretora-executiva da Associação Lírios acompanhada das defensoras públicas do Núcleo de Defesa da Mulher de Cuiabá, Rosana Leite e da coordenadora da 2ª Instância Criminal, Tânia Matos, ocasião em que Fernanda explicou que o projeto atende atualmente mais de 2 mil mulheres, com formação e capacitação técnica para que elas sejam eficazes na produção rural.
“O projeto é da UFMT, executado por nós, com recursos do Governo Federal, porém, ao conhecermos a realidade dessas mulheres, verificamos que elas precisam de muito mais que auxílio técnico, capacitação e maquinários para que sejam eficazes na forma de produzir. Elas têm uma vida muito sofrida, com carga de trabalho pesada e muitos problemas para que os filhos tenham educação formal, acesso à saúde, escritura e posse de suas áreas. Diante dessa realidade, decidimos pedir ajuda à Defensoria Pública”, explicou Fernanda.
Luziane afirmou que nos relatos trazidos por Fernanda, identificou a necessidade de atuar em vários temas, com um grupo multidisciplinar de defensores e suas equipes, e que após receber um calendário das visitas da Associação Lírios às áreas atendidas pelo projeto, estudará uma forma de também atender a essas mulheres onde elas moram. A defensora-geral ressaltou que diante das distâncias, da simplicidade e da forma de vida dessas mulheres, que segundo o relato começam o trabalho às 3h da madrugada e têm uma carga de trabalho pesada, é fundamental que o órgão vá até elas.
“A ideia agora é que a Defensoria Pública entre como parceira no projeto, pois a Fernanda trouxe demandas graves e importantes. Num primeiro momento já identificamos a necessidade de levar para essas mulheres o que chamamos de educação em direitos, especialmente no que se refere à violência doméstica. Outro fator que nos chamou atenção foi o da regularização fundiária nos assentamentos comandados por elas, nesses locais elas têm mais dificuldades. E além desses problemas, sabemos que precisaremos trazer o apoio das Prefeituras dessas regiões para que elas escoem a produção local”, informou a defensora-geral.