Na manhã desta sexta-feira (24), a Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT) reuniu profissionais da imprensa, diretores de veículos de comunicação e operadores do direito, em Cuiabá, para debater a importância da discussão da justiça climática nas pautas jornalísticas. Durante o encontro, os profissionais assistiram as palestras da jornalista ambiental e repórter da Globo News, Priscilla Moraes e do defensor público e mestre em Direito Agroambiental, Márcio Dorilêo.
Atuando no jornalismo ambiental há mais de 10 anos, Priscilla Moraes realizou a cobertura da maior seca registrada nos últimos 100 anos no estado do Amazonas. Durante os meses de julho e outubro de 2024, ela realizou uma série de reportagens para a TV Globo que levou o título de Expedição Amazonas, com o objetivo de mostrar os impactos das mudanças climáticas ao meio ambiente e também à população do local.
“Aqui na Defensoria de Mato Grosso eu pude compartilhar o olhar de uma repórter que estava no local. É curioso falar sobre justiça ambiental, sobre questão climática, pois por muito tempo o meio ambiente, e quem fala sobre o meio ambiente, era visto como aquela pessoa chata, que vai te mandar não jogar lixo no chão, vai te mandar descartar o lixo de forma correta. Atualmente nossa geração está num ponto em que vivemos metade no mundo analógico e metade no mundo digital, portanto, existe ainda uma barreira, um obstáculo a ser enfrentado em termos de o que é importante ou não, o que é exagero ou não dentro da questão climática. Às vezes achamos que o problema está muito distante da gente, mas não, ele está aqui, muito perto. A nossa geração precisa entender que a mudança climática nos afeta”, afirma a jornalista.
Já o defensor público de Mato Grosso, Márcio Dorilêo, abordou a questão climática no contexto da atuação da Defensoria Pública. O jurista fez questão de frisar o papel dos veículos de comunicação que levam informação à sociedade, mostrando os perigos das mudanças climáticas.
“As consequências das mudanças climáticas recaem sobre as pessoas carentes, nos grupos vulneráveis que são defendidos pela Defensoria Pública. Portanto, queremos trazer a reflexão de que devemos não só estabelecer um equilíbrio nos mecanismos de mitigação, mas também, acima de tudo, sensibilizar a sociedade com um olhar mais humano sobre aqueles que mais sofrem com as mudanças climáticas”, afirma Márcio Dorilêo.
“Por muito tempo, o tema do meio ambiente foi deixado de lado nas editorias dos veículos de comunicação. Era uma pauta muito especializada e somente pessoas que entendiam de fato do assunto é que passavam a cobrir aquilo com segurança. Para nós que trabalhamos na imprensa e não somos especialistas na cobertura ambiental é importante participar deste evento para que possamos embasar nossas coberturas. Falar de meio ambiente é a mesma coisa que falar de economia, política, ou de tudo junto. É uma pauta muito importante que exige conhecimento pra você não falar bobagem, não cair no senso comum e não cair em fake News”, disse Luiz Gonzaga Neto, jornalista e proprietário do site 24 Horas MT.
