A defensora pública-geral de Mato Grosso, Luziane Castro, apresentou na tarde desta segunda-feira (13/2), ao secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, o pedido da instalação do Ambulatório Trans, local que possa atender pessoas que querem fazer a ressignificação corporal, ou seja, a transição para o gênero ao qual se identificam. Além de Luziane, participou da reunião a defensora pública que coordena o Núcleo de Direitos Difusos e Coletivos e acompanha o caso, Rosana Leite.
No Ambulatório Trans, além de uma equipe multidisciplinar de profissionais preparados para lidar com o público LGBTQIAP+, as pessoas contariam com tratamentos hormonais e cirúrgicos especializados, apoio psicológico e de assistência social. Após ouvir a demanda levada pela Defensoria e considerá-la importante, o secretário informou que o Estado já providencia um estudo e ele será apresentado às defensoras, para que conheçam, no dia primeiro de março.
Atuação - A solicitação da criação do Ambulatório é uma demanda antiga do público LGBTQIAP+ e chegou à Defensoria Pública por meio de seus representantes, em novembro do ano passado, entre eles as ongs Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT) e Mães pela Diversidade. Com o ambulatório, a expectativa é que lá as pessoas possam contar com atendimento gratuito.
“Buscamos de forma amigável e administrativa levar ao Estado uma pauta de extrema importância para essas famílias, pois é necessário que Mato Grosso tenha esse ambulatório para fazer o acolhimento e o atendimento das pessoas trans. A ideia da reunião foi a de encontrar solução para os problemas, sem a necessidade de judicializar a questão. Um dos papéis da Defensoria é fomentar e melhorar as políticas públicas de forma extrajudicial, de forma amigável”, afirmou Luziane.
Para a coordenadora da ong Mães pela Diversidade, Josi Marconi, a implantação do ambulatório é de extrema importância para aplacar o sofrimento de várias famílias que têm integrantes LGBTQIAP+.
“Somos uma ong que está no Brasil inteiro e o nosso maior problema é que nossos filhos e filhas entram em depressão profunda, muitos acabam se automedicando e mesmo procurando solução no suicídio para resolver seus problemas. E nenhuma mãe quer ver seus filhos e filhas assim. Precisamos de pessoas que saibam lidar com os segmentos LGBTQIAP+, psicólogos, psiquiatras, ginecologistas, enfim, uma equipe de saúde que possa atender cada um deles em suas especificidades e hoje em Mato Grosso, não temos nada. Precisamos de tudo”, afirma Josi.
A defensora Rosana, que acompanha de perto os anseios dos grupos, afirma que o ambulatório trans já é realidade em vários estados do Brasil e em Mato Grosso ele precisa ser viabilizado para atender a demanda local. “Ter o ambulatório trans é muito importante para a saúde do segmento T, para que a democracia possa ser realidade para todos, todas e todes. Será, ainda, um local com equipe especializada para os receber da melhor forma possível em suas demandas pela ressignificação corporal. O secretário se mostrou sensível em atender ao pleito, se comprometendo a apresentar o projeto no dia 1 de março”, informou.