O Grupo de Atuação Estratégica na Defesa da População de Rua (Gaedic/Pop Rua) da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT) atendeu, em sistema de mutirão, a 49 dos 150 abrigados na Associação Terapêutica, Ambiental e Acolhimento Paraíso (ATAAP), no bairro CPA III, em Cuiabá. O local abriga pessoas sem casa, desempregadas, que se encontram em situação de desamparo social, econômico e na maioria dos casos, emocional.
A necessidade do atendimento foi identificada e proposta pelo Gaedic, após solicitarem uma visita à estrutura, no mês de maio, para conhecer a prestação de serviço da casa. Ela é tida como a maior de acolhimento da Capital. “Atuo há dois anos aqui e essa foi a primeira vez que conseguimos resolver demandas de mais de uma dezena de pessoas, de forma concentrada, num único dia. Ficamos muito felizes e espero que ações como essa se repitam”, afirmou a assistente social da ATAAP, Pâmela Aguilera.
A coordenadora do Gaedic, defensora pública Gabriela Beck, e os integrantes do grupo, defensor Robson Guimarães e a defensora Jacqueline Ciscato, atenderam para viabilizar a documentação civil dos que precisavam, ofereceram orientação jurídica, administrativa e de acesso a benefício social e à saúde. Além deles, servidores da Diretoria de Governança Digital e Inovação (DGDI) e da Coordenadoria de Assuntos Interdisciplinares também atuaram.
“Fizemos vários pedidos de segunda via de certidão de nascimento, orientação jurídica e andamento processual. Essa documentação deve ser encaminhada para o Abrigo em uma semana, o que já viabiliza a situação da existência legal de pessoas que precisam resolver isso, antes de buscar por um emprego ou mesmo poder voltar para casa e retomarem suas vidas”, explicou a defensora Jacqueline.
O ouvidor-geral da DPEMT, Getúlio Pedroso, também participou do mutirão e reforçou a necessidade de o órgão ir até pessoas e grupos vulneráveis para prestar serviços que são essenciais para viabilizarem suas vidas.
“Essas pessoas estão em situação de vulnerabilidade, chegam em Cuiabá e não tem para onde ir. Elas vivem histórias de abandono, de desamparo e a Defensoria atua especialmente para auxiliá-las, garantindo que as vozes dessas pessoas sejam ouvidas com respeito, empatia e compromisso”, informou.
A assistente social do abrigo explica que das 150 pessoas que estão no local, 25 são mulheres. Todos são encaminhados para o local pelo Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), gerenciado pela Prefeitura de Cuiabá. E na casa podem ficar até três meses, renováveis por mais três, caso a situação seja excepcional.